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quarta-feira, 6 de abril de 2011

ADIVINHA-SE PARA ONDE VAI CAIR A ECONOMIA

Há mais de um ano atrás escrevi este texto, mas esqueci-me de o publicar (aparentemente).
Mas nunca é tarde, até porque não mudei de opinião.
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Hoje, Portugal decidiu pedir ajuda à Comunidade Europeia.
Na verdade, estamos falidos e sem dinheiro para pagar ordenados aos funcionários públicos ( e afins).
Esta e outras são as verdades que todos já sabemos. Existirão outras que nem imaginamos!
Contudo, o objectivo deste "post" é outro que analisar as causas da actual situação economicó-financeira-política deste país a naufragar!
Primeiro, todos podemos assistir em simultâneo e em todas as televisões o discurso do Primeiro Ministro que conseguiu explicar de forma exímia (como só um bom marketier ou vendedor consegue fazer) que a culpa deste pedido de ajuda à UE é dos outros (partidos) que recusaram o PEC4. A desculpa, ou a culpabilização dos outros por aquilo que foi o governo que fez (afinal quem é que governa há já seis anos?) foi o mote defendido e emocionalmente transmitido a todos os Portugueses (há excepções, felizmente) como só o nosso PM é capaz!
Depois ouvimos o líder do principal partido da oposição a tentar elevar o nível da discussão e a dizer qual a sua posição sobre a decisão em causa e a explicar a razão porque o seu partido apoia a decisão do governo (a oposição directa, não nos esqueçamos). O tom do discurso foi sempre pela positiva, e tentou transmitir uma mensagem de esperança e de luta apesar das dificuldade (afundamento total) em que nos encontramos.
A segunda resposta ao anúncio do governo foi do líder da oposição que ocupa a posição de extrema esquerda. De forma objectiva explicou o porquê do governo ter visto o PAC4 rejeitado bem como apenas três decisões que esse mesmo governo tinha tomado (já só me lembro de duas: compra dos submarinos e apoio ao BPN) tinham tido quatro vezes impacto no orçamento do que o valor colocado em causa pelo mesmo PAC4.
Demagogias à parte (e disso estamos fartos), o que interessa é o que os portugueses votantes compreenderam.
Primeiro, entenderam (ou pensaram entender) que o PM que tem sido um mártir da oposição e que tem feito tudo o que de melhor se poderia fazer para salvar o país, mas que se agora pediu ajuda (externa) à CE ou FMI (isso pouco interessa para a emoção de cada eleitor) foi porque a isso foi obrigado por outros.
Segundo, não entenderam nada do que o líder do principal partido da oposição disse (até parecia que estava a falar bem do governo, imagine-se) porque a linguagem demasiado elaborada e técnica (e até formal) que utilizou para tentar mostrar como estará preparado para enfrentar a situação terrível em que nos encontramos, está muito acima do entendimento do eleitor (cidadão) comum.
Finalmente, o líder do partido da oposição da extrema esquerda conseguiu de forma clara (não fosse o mensageiro exímio na manipulação da palavra) passar a mensagem com bastante objectividade como o governo tem esbanjado os nossos impostos de forma escandalosa. Mais, demonstrou (e parece mesmo que o deve ter conseguido) que não existe alternativa para além das opções de esquerda (quais são não o sabemos mas houve promessas de que serão desvendadas em breve)
Depois de todas estas análises rápidas e poucos profundas, pode-se compreender o porquê e o sentido de voto nas próximas eleições.
Tivessem os eleitores uma melhor compreensão da economia e dos factores que nos levaram à actual (e muito duradoura) crise (o que também inclui factores políticos), e não teríamos com toda a certeza decisões eleitorais que se irão, mais uma vez, manifestar "estupidamente" desastrosas para todos nós!

terça-feira, 5 de abril de 2011

OS DIREITOS GLOBAIS

O actual contexto global em que nos encontramos, que inclui esta longa crise económica que se arrasta desde a outra tal crise do sub-prime em 2007, as revoluções nem alguns países do Magrebe e outros do médio oriente na busca de mais democracia, o terramoto, tsunami e crise nuclear do Japão, em sobreposição a muitos outros problemas acumulados a nível económico e social deste mundo cada vez mais global, está a expor novas situações reivindicativas a vários níveis.
Enquanto por cá queremos empregos e bons ordenados, até porque a constituição da nação é justa e prevê que todos tenhamos essas oportunidades de forma efectiva, lá por fora os refugiados de muitas guerras e revoluções, sendo ou não nacionais dos países que estão envolvidos nessas mesmas guerras e revoluções reivindicam asilo noutros países mas com casa e trabalho.
Como é que tal é possível?
Facil! Nas últimas décadas temos tido políticos em todo o mundo que passaram esta mensagem global e que nos têm prometido aquilo que eles mais do que ninguém sabiam (senão foi assim, então eram mesmos burros) que era insustentável a longo prazo e impossível de durar suficiente para que nos esquecêssemos das suas promessas. Com isto, criaram também na mente de outros que tais benesses são ou poderão ser abrangentes a qualquer cidadão do mundo.
O sentimento global, de qualquer habitante em qualquer parte do mundo (haverá excepções que apenas servem para confirmar a regra), é que todos nós, indivíduos, temos direitos que devem ser satisfeitos (pelos outros), mas esquecemo-nos dos deveres porque ninguém soube explicar que direitos implicam deveres (um pequeno pormenor que serviu os propósitos políticos de muito boa gente).
Veja-se as notícias na televisão. Em todo o mundo as reivindicações são em barda, expressas por todos a quem é dada a oportunidade de as explanar e reclamar. Mas, já ouvimos os mesmos falar dos seus deveres pessoais? Claro que não.
Parece-me que o único dever que nos vão lembrando de vez em quando é que devemos "votar", pois esse é um dever cívico.
Esquecem-se, porém, esses mensageiros de nos dizer que cada voto "votado" é pago!
Sim, por cada voto que os partidos obtenham serão mais uns euros (ou outra qualquer moeda) que vão para os cofres desses partidos ou candidatos (pelo menos é assim por cá e outros países com sistemas eleitorais semelhantes ao nosso). Assim, até é de admirar que votar não seja obrigatório.
Pelo menos, esse seria mais um direito "estúpido" a satisfazer!

SERÁ QUE HÁ SOLUÇÃO?

Por vezes sou obrigado a pensar que vivemos num país sem "alvará" para o ser.
Temos por um lado um governo que teima em continuar com investimentos em obras públicas e a dizer que não necessita de ajuda externa.
Por outro temos os bancos a dizerem que não emprestam mais dinheiro ao Estado, aquele mesmo a quem pediram ajuda há uns tempos atrás (e conforme referido no post anterior).
Sabemos uma coisa: não temos solução se continuarmos no caminho que temos percorrido até agora.
Contudo, as posições (e interesses) políticas sobrepoem-se aos do país e as teimosias começam a ter alguns efeitos.
Não podemos viver a pedir dinheiro ao estrangeiro a 6 ou 12 meses sabendo que não vamos conseguir produzir sequer suficiente para pagar os juros.
Por outro lado, sabemos que a solução a curto e longo prazo vai ser dolorosa. Não nos podemos esquecer que as boas reformas que alguns beneficiários do Sistema Nacional de Segurança Social começaram a auferir depois do 25 de Abril estão a ser pagas com empréstimos que os netos desses mesmos beneficiários terão de pagar com juros elevadíssimos durante as próximas décadas.
Sim, décadas, é o tempo que todo este sacrifício vai durar.
E ainda existe gente que, estupidamente, insiste em mais do mesmo.
A solução para quem não queira fazer parte deste massacre é apenas um:sair do país, depressa!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

AFINAL PARA ONDE VÃO OS JUROS?

Esta é uma questão que para os menos informados parece quase sem resposta. Se o Estado paga cada vez juros mais caros e por prazos mais reduzidos (chama-se a isto utilizar um garrote em vez de uma gravata), quem beneficia com isso?
Existe uma resposta muito simples: quem nos empresta o dinheiro (bancos e seus afins).
Mas então os bancos não andam todos aflitos?
Nem todos.
Os bancos portugueses têm nos últimos dois anos vindo a financiar-se junto dos BCE (Banco Central Europeu) para comprar dívida a curto e médio prazo ao Estado Português, sendo que nestas operações ganha o diferencial entre a taxa de juros que paga ao BCE e a que recebe do Estado Português.
Assim, uma da parte dos nossos impostos (aumentados para salvar a crise) estão a ir directamente para o salvamento dos bancos, depois de todos os "donativos" que o nosso governo já fez aos ditos, como por exemplo substituir o risco que os bancos detinham com o financiamento às empresas através de programas ditos de financiamento às PME (Financia e outros mais) que acabaram apenas por substituir crédito cujo risco pertencia aos bancos e que passou depois para o próprio Estado. Esses milhões injectados na economia de acordo com os dados e informações do governo para aumentar o investimento e a competitividade das PME só serviu para trocar responsabilidades e aliviar a exposição dos bancos ao risco e com isso poderem (ou tentarem) financiar-se externamente.
Contudo, como o petisco é apetitoso (enquanto a UE existir e der sinais de que segurará o Euro), também os bancos de outros países acabam por ficar com parte desse mesmo quinhão. Assim, em vez de diminuir a nossa dívida do Estado (interna e externamente) estamos sim a aumentá-la, o que vai fazer que as próximas gerações irão ter muito que produzir para pagar a dívida que lhes estamos a deixar.
Mas porque deixamos que isto aconteça?
Pela simples razão que se não o fizermos os bancos vão-se abaixo (leia-se, vão à banca rota), porque estão descapitalizados (entenda-se, emprestaram a quem não podia pagar de volta e ainda distribuíram enormes fortunas pelos seus gestores durante muitos anos como prémio dos "excelentes" resultados de gestão que obtiveram, ainda por identificar para muitos de nós excepto para os referidos beneficiários) e com essa subtil ameaça da sua possível ruptura e danos aos depositantes, o que pode causar a eliminação de biliões de euros do mercado (mais de 90% desse dinheiro é puramente virtual) e com isso a ruptura da própria economia.
Assim, para já, tornamo-nos escravos dos donos do capital (que nem terão assim tanto mas sob a ameaça de matar a economia vão ficando efectivamente cada vez com mais).
Nem os políticos (os fracos e sem visão) conseguem sair desta ratoeira.
Geralmente, é "estupidamente" nesses que a maioria dos eleitorados votam, tanto por cá como também lá por fora!

domingo, 3 de abril de 2011

(i)Lógica

Existem alturas em que tenho problemas com a lógica de certos actores da nossa sociedade, neste caso específico, da nossa classe política.
É do nosso conhecimento que iremos ter este ano de fazer pagamento de dívidas externas (estou a referir-me ao Estado ou Governo de Portugal) em Abril e em Junho.
Para qualquer humano menos iluminado, como eu, só poderia haver um entendimento e comportamento: ter já feito suficientes reservas de capital para pagar a quem se deve.
Ora, no caso do governo deste país (um amigo meu diz que o nós não temos alvará para ser país, mas ainda assim...), que não tem dinheiro nem para pagar os seus próprios custos operacionais (contas correntes com pessoal e outros) como vai então pagar a quem deve?
Fácil! vai pedir mais dinheiro emprestado ( a quem já deve, entenda-se)
Não fosse este gesto inconsciente e desresponsável já uma sombra sobre quem nos governa, ainda se atreve o mesmo governo ( será que é ou foi alguma vez isso ou parte disso?!) a dizer que irão pagar a taxa de juros que os mercados (entenda-se aqueles a quem se deve e aos quais para pagar não temos o dinheiro suficiente) vierem a exigir em vez de irmos pedir um empréstimo à "família" a uma taxa mais baixa.
Como poderia qualquer um de nós, cidadãos e votantes, gerir a nossa "casa" desta forma?
Primeiro, não tendo a preocupação de amealhar o suficiente para pagar a quem devemos e, segundo, indo pedir dinheiro emprestado a taxas de juros ainda mais altas do que poderíamos fazer se nos socorrêssemos dos amigos (refira-se que estes "amigos" são o FMI ou o FEFE, dos quais somos também parte integrante, ou seja, nós servimos para emprestar aos outros como a Grécia e a Irlanda mas a nossa família não serve para nos ajudar a nós próprios porque isso é uma afronta à nossa honra - aonde é que alguém como este governo se atreve a invocar o termo honra? só por despudor e tentativa de engano dos mais incautos)
O problema não é de quem nos (des)governa!
O problema é nosso, que vamos de ter de pagar esses juros altos, bem altos, que irão subir constantemente, e que irão incidir sobre empréstimos de curto prazo, apenas empurrando o problema ainda mais aumentado para daqui a um ano.
A estupidez não é de quem toma estas decisões. Não, porque o faz por razões que nada têm nada a haver com o bem do país.
A estupidez é mesmo de quem acredita em falácias.
Podemos concluir que apenas temos o que efectivamente merecemos!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

DE QUEM FOI A CULPA?

Não me atrevo sequer a repetir o que foi dito e redito no que diz respeito às culpas da actual situação económica e financeira de Portugal, porque isso seria fazer com que parassem de ler o essencial desta pequena mensagem (pensamento).
A culpa só pode ser de quem toma decisões.
Nas empresas há muito que aprendemos que a culpa, em última instância, é do "chefe" porque não soube, não quis saber ou fez que não sabia.
Em economia e política é a mesma coisa.
A actual situação em Portugal e no mundo foi antecipadamente prevista por muitos especialistas.
Avisos existiram em barda, nos meios de comunicação e com toda a certeza nas reuniões privadas com os decisores.
O menos informados dos cidadãos sabiam bem que quem gasta mais do que produz não consegue viver nessa situação por muito tempo. Mas fizeram vista grossa e preferiram acreditar nos contos de fadas.
Contudo, todos nós conhecemos quem viva da esperteza e astúcia para enganar os incautos e com isso ter um bom nível de vida à custa dos esquemas menos honestos que vão utilizando para usurparem o que os outros produzem. Normalmente este tipo de pessoas são conhecidos por "vigaristas".
Destes tenho eu encontrado alguns no mundo dos negócios (infelizmente muito mais do que eu gostaria de encontrar).
Contudo os tempos estão a mudar. Os mais incautos, por ventura até "mais honestos" estão a aprender que a dita "honestidade" não trás nenhum bem ao mundo nem a eles próprios.
Esta descoberta, por mais ingénua que pareça, vai fazer com que muita gente agora pense: "quem criou o problema que o resolva".
Quantos de nós é que ainda acreditam "estupidamente" que isto tem solução?
Eu tenho muitas dúvidas (para não dizer certeza).
Por isso, a melhor solução é deixar o problema a quem o criou!
(isto é que seria uma verdadeira proeza, que o povo Português "estupidamente" fosse capaz de o fazer, ainda mais uma vez, antes da morte definitiva do próprio país).