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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Momentos de Mudança.


A SIC passa às segunda um documentário sobre o país, intitulado “Momentos de Mudança”.
Hoje (15 de Outubro de 2012) o documentário foi sobre um empresário de segunda geração que teve de encerrar a sua pequena fábrica de confecção, já iniciada pelo seu pai quando voltou de Angola em 1975 para reiniciar a vida.
Verdadeira drama de quem é dono e gerente de um negócio em Portugal.
Para além das responsabilidades como gerente perante o fisco e outras autoridades governamentais, este empresário também tem vida própria e família, no caso específico esposa e dois filhos menores, o que lhe acarreta outras responsabilidade como pai, este homem é ainda descriminado negativamente ao não ter direito a subsídio de desemprego, infelizmente uma prerrogativa de todos os administradores e gerentes de empresas.
A história deste pai, responsável pela sua família, e empresário, responsável pelo sustento de muita gente, viu-se obrigado a fechar a empresa e a emigrar para a Alemanha, onde trabalha como empregado de um bar.
É esta a imagem do nosso Portugal, como repetidamente o mesmo disse.
Felizmente que a SIC teve o bom senso de mostrar o lado humano da situação e não o  lado politico, deixando este assunto à consideração de cada espectador.
De facto, ver quem fez o que pode para ajudar o país, criando emprego, pagando impostos, movimentando a economia, ser desprezado como um criminoso (esta é de resto a figura de estilo que o fisco aplica aos empresários em geral), obriga-nos a pensar se não seria melhor ser empregado (comparação de resto também feita pelo referido empresário durante o documentário), ou ainda melhor, empregado do Estado, porque essa é de resto a posição mais irredutível, até ver.
Acabe-se com os empresários, de micro e pequenas empresas, e acaba-se com a nossa economia. Entreguem tudo às grandes empresas, multinacionais e similares, e teremos um país sem economia própria e sem futuro.
Obrigado à SIC pela forma como apresentou a história.
Votos de muita sorte ao pobre do senhor, que deixou de fazer planos, porque a sua vida passou a uma questão de sobrevivência a milhares de quilómetros de casa e de toda a sua família.
Fica um alerta final para todos os outros que ainda por cá andamos a pagar as benesses de uma elite caduca e arrogante que continua a sugar o pouco sangue que nos resta.
Nunca se sabe qual o limite de sofrimento dos “miseráveis”. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

À procura de um desígnio nacional


A auto-estima do nosso povo parece andar por níveis nunca antes conhecidos. A crise económica que se instalou depois de termos vivido uma época de fartura virtual, a pedofilia que eclodiu de entre os nossos tão brandos costumes, a criminalidade que continua a crescer por entre uma nossa tão declarada atitude pacifista enquanto a justiça teima em andar por campos longe da compreensão dos humildes, o desemprego que alastra por via da falta de competitividade do nosso tecido empresarial quando ainda reclamamos a ajuda eterna do governo por tudo e por nada, e muitas outras coisas, colocam a nossa auto-estima bem em baixo.

Então voltamos os nossos desejos para a conquista de feitos desportivos. O título de campeão Europeu, para muitos de nós, só podia ser nosso. Nem pensamos noutra possível saída. É preciso vir alguém dizer que “se nunca ganhamos nada, porque querem agora ganhar tudo?” para cairmos na realidade. Efectivamente, ganharmos qualquer coisa em termos desportivos é uma excepção e não a regra. E esta regra aplica-se a quase todo o resto. Não ganhamos nada desde os descobrimentos, em que a nossa influência cresceu muito mais do que aquilo para o qual estaríamos preparados. Daí para cá, só temos perdido, até Olivença por culpa de não a querermos recuperar. Depois ganhámos uma democracia mas, atendendo à instabilidade que a mesma nos trouxe em muitas áreas, até alguns pensam que era melhor como estávamos dantes. Não admira que o sentimento de fracasso esteja tão profundamente arreigado na nossa cultura.

Olhamos para o passado distante e vemos quão grandiosos eram os nossos lideres de então, olhamos para o passado recente e presente e só encontramos mediocridade, salvo raras excepções, e ainda ficamos mais deprimidos. Habituados a que nos digam o que fazer, quando da classe política e governante não vêm nada que se aproveite, sentimos que estamos à deriva, sem um desígnio que possamos interpretar e dar corpo.

Na realidade, esta falta de desígnio em todas as áreas da nossa vida enquanto país é assustador. Em termos geo-estratégicos, uns dizem que nos devemos voltar para a Europa, cada vez mais distante, enquanto outros dizem que o Atlântico é a nossa saída natural e é para aí que devemos olhar. Em termos económicos, alguns pensam que a industria ainda é a nossa solução, mas muitos dizem que temos de nos voltar para os serviços se queremos crescer. Mas serviços voltados para a Europa ou para o Atlântico? E conforme as opiniões continuam a evoluir relativamente a outros assuntos, as divergência aumentam.

Falta-nos liderança estratégico-política e estratégico-economica, pelo menos enquanto não aprendermos a pensar por nós próprios. Mas como podemos pedir aos outros aquilo que nós não conseguimos fazer? Isto aplica-se de cima para baixo e inversamente. Como podem os nossos políticos pedir que façamos grandes feitos quando eles não o conseguem? E como podemos nós pedir-lhes grande liderança quando também são feitos da mesma massa que nós? Resta-nos esperar que uma das raras excepções, que de vez em quando acontecem, se volte a repetir e, surja, do nada, um líder para este pequeno canteiro à beira mar fustigado.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Artigo Académico

Artigo académico para download gratuíto
http://www.scienpress.com/journal_focus.asp?main_id=55&Sub_id=IV&Issue=182