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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

MÃO-DE-OBRA: custo e impactes.

Sabemos que o custo da mão de obra contribui para o custo da produção, tanto de forma directa como indirecta. Os produtos de um país serão tão competitivos no mercado global quanto os custos da sua mão de obra, e outros, são mais baixos que os dos concorrentes. O fenómeno da deslocalização das indústrias com mão de obra intensiva directa é a consequência mais visível deste fenómeno de desigualdade.

Também o custo do trabalho indirecto tem um forte impacte no preço dos produtos de um dado país. Os custos administrativos, tanto ao nível das empresas produtoras e do resto da cadeia de valor que leva o produto até à exportação, como ao nível da administração pública do mesmo país, contribuem cada vez mais para os custos dos produtos. À medida que a robotização e as tecnologias de informação vão assumindo cada vez mais importância na capacidade produtiva, substituindo a mão de obra, tanto nas actividade produtivas como mesmo nas administrativas, o custo da mão de obra ou do trabalho indirecto é também cada vez mais relevante na constituição dos custos finais.

O aumento dos salários da função pública, pagos com os impostos dos contribuintes, cidadãos e empresas, acarreta geralmente subidas na carga fiscal, que afecta directamente os mesmos cidadãos e empresas.

Aqui entra-se num ciclo vicioso. Os cidadãos contestam a perda de capacidade de compra, criada pela subida dos impostos, e exigem aumentos salariais. Os aumentos salariais acarretam aumento do custo de produção dos produtos, que perdem competitividade. O aumento salarial por outro lado leva a que o Estado recolha mais receita dos impostos sobre esses. Porém, em vez de diminuir a carga fiscal por via da utilização dessa receita extra, o mesmo Estado tem de aplicar esse recurso na compensação do desemprego criado pela robotização e automação dos processos produtivos e administrativos. A própria administração pública que tinha visto o seu trabalho vais valorizado perde de esse benefício com o aumento do preço dos produtos.

Ninguém ficou a ganhar, mas todos ficaram a perder.

O aumento da capacidade de compra das populações não sobe forçosamente por força das subidas salariais. As variações nos preço dos produtos e serviços par aos consumidores, ou seja a inflação, tem mais influência no nível de vida.

A subida do custo do trabalho afecta negativamente a inflação. O aumento de produtividade afecta positivamente a inflação. Se uma é prejudicial e a outra benéfica, porque não se definem politicas que levem à persecução da melhor solução, perguntarão muitos.

Também, nesta matéria, estupidamente outras forças e razões mais fortes sobrepõem-se aos princípios económicos.

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