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domingo, 3 de abril de 2011

(i)Lógica

Existem alturas em que tenho problemas com a lógica de certos actores da nossa sociedade, neste caso específico, da nossa classe política.
É do nosso conhecimento que iremos ter este ano de fazer pagamento de dívidas externas (estou a referir-me ao Estado ou Governo de Portugal) em Abril e em Junho.
Para qualquer humano menos iluminado, como eu, só poderia haver um entendimento e comportamento: ter já feito suficientes reservas de capital para pagar a quem se deve.
Ora, no caso do governo deste país (um amigo meu diz que o nós não temos alvará para ser país, mas ainda assim...), que não tem dinheiro nem para pagar os seus próprios custos operacionais (contas correntes com pessoal e outros) como vai então pagar a quem deve?
Fácil! vai pedir mais dinheiro emprestado ( a quem já deve, entenda-se)
Não fosse este gesto inconsciente e desresponsável já uma sombra sobre quem nos governa, ainda se atreve o mesmo governo ( será que é ou foi alguma vez isso ou parte disso?!) a dizer que irão pagar a taxa de juros que os mercados (entenda-se aqueles a quem se deve e aos quais para pagar não temos o dinheiro suficiente) vierem a exigir em vez de irmos pedir um empréstimo à "família" a uma taxa mais baixa.
Como poderia qualquer um de nós, cidadãos e votantes, gerir a nossa "casa" desta forma?
Primeiro, não tendo a preocupação de amealhar o suficiente para pagar a quem devemos e, segundo, indo pedir dinheiro emprestado a taxas de juros ainda mais altas do que poderíamos fazer se nos socorrêssemos dos amigos (refira-se que estes "amigos" são o FMI ou o FEFE, dos quais somos também parte integrante, ou seja, nós servimos para emprestar aos outros como a Grécia e a Irlanda mas a nossa família não serve para nos ajudar a nós próprios porque isso é uma afronta à nossa honra - aonde é que alguém como este governo se atreve a invocar o termo honra? só por despudor e tentativa de engano dos mais incautos)
O problema não é de quem nos (des)governa!
O problema é nosso, que vamos de ter de pagar esses juros altos, bem altos, que irão subir constantemente, e que irão incidir sobre empréstimos de curto prazo, apenas empurrando o problema ainda mais aumentado para daqui a um ano.
A estupidez não é de quem toma estas decisões. Não, porque o faz por razões que nada têm nada a haver com o bem do país.
A estupidez é mesmo de quem acredita em falácias.
Podemos concluir que apenas temos o que efectivamente merecemos!

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