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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A ECONOMIA NA IGUALDADE DE GÉNERO

Quem contribui mais para a economia: os homens ou as mulheres?  

A resposta a esta pergunta não pode ser vista apenas sob um dos potenciais pontos de vista, pecando por se tornar redutor. Vejamos uma das possíveis perspectivas que se podem ter sobre o assunto.

"O gap salarial entre homens e mulheres ronda os 10% nas profissões de nível mais baixo, mas quando se sobe na escala vai piorando. Nos cargos de topo, a diferença ronda uma média de 30% a favor dos homens". Esta constatação poderá indicar que tal facto contribuirá para uma maior competitividade da nossa economia?

Aparentemente, sim. De facto, salvo raras excepções onde a força e a resistência físicas se demonstram determinantes, as mulheres são tão produtivas quanto os homens, chegando mesmo a atingir mais elevados níveis de produtividade em actividades muito repetitivas e de longa duração. O mesmo se passa em actividade de índole criativa e intelectual.

Se esta visão é favorável à economia, por via do aumento de competitividade, então onde poderá estar a desvantagem? Claramente, e muito raramente definida como o efeito último, a desvantagem está na distribuição do valor gerado e no efeito que a mesma tem na economia. Populações com menores rendimentos consomem menos e têm menores hipóteses de aforrar.

Contudo, esta visão do aumento de competitividade por via da utilização de recursos menos dispendiosos, mão de obra feminina, poderá ser rapidamente anulada se os outros países fizerem o mesmo, o que de resto já acontece. A componente feminina do total da mão de obra dos países nas economias ocidentais tem subido nas últimas décadas, não só em quantidade como em qualidade e competências. Daí, e por via da globalização dos métodos de gestão, o expediente poderá não funcionar. Então o que resta fazer?

Uma das primeiras opções, não sendo possível equiparar os níveis retributivos das mulheres ao dos homens, é precisamente fazer o contrário. Assim, existirá uma perda generalizada do poder de compra das populações, o que volta a nivelar todos os países, mas pelo menor denominador comum.

Quem irá perder com este esquema de redução do custo da mão de obra? A classe média, naturalmente, como de resto se tem vindo a verificar nos últimos tempos no ocidente.

Assim, a questão “quem contribui mais para a economia, os homens ou as mulheres?”  parece perder todo o sentido, porque, estupidamente estamos a ser usados e acabaremos por perder todos em conjunto.

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