Etiquetas

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A SUBIDA DA BOLSA EM TEMPO DE RECESSÃO OU ESTAGNAÇÃO

Assim se enganam os incautos.

Nos últimos meses temos vindo a assistir a uma subida consistente em muitas dos mercados de capitais (bolsas) mundiais, criando-se um ambiente de euforia à volta dos lucros criados e dos máximos anuais atingidos, fazendo lembrar outros tempos de elevado crescimento nos primeiros sete anos do século.

Desde o Nobel da Economia Joseph Stigltz até ao investidor e bilionário George Soros, muitos especialistas alertam para os perigos deste repentino crescimento do valor de muitas acções em bolsa.

As empresas ainda não recuperaram, nem de perto nem de longe, da crise económica que se abateu sobre o mercado depois da crise financeira mundial criada pelo fenómeno do sub-prime nos EUA.

Inicialmente, e logo a seguir ao inicio da crise, o preço do petróleo subiu em flecha para valores nunca vistos antes, perto dos 150 USD por barril, possibilitando enormes lucros aos produtores e a muitos especuladores, mas provocando uma forte descida nos mercados de capitais e financeiros, com uma forte desvalorização do dollar americano.

Com a descida do preço do petróleo, os mercados de capitais recuperaram alguma confiança que se veio a converter num crescimento contínuo no valor das acções cotadas em bolsa à medida em que os preços do petróleo se mantinham estáveis.

Esta aparente, falta ainda provar que é sustentada, recuperação da economia tem dado sinais ao mercado que volta a ser seguro investir na bolsa.

O perigo que se coloca com este estado de espírito aparentemente demasiado “optimista”, não fundamentado numa recuperação sustentada da economia em geral, especialmente ao nível da produção e criação de valor acompanhados por aumento de consumo, é que pode induzir muitos investidores mais incautos a direccionarem os seus capitais para os mercados de capitais, na expectativa de virem a obter mais valias de forma fácil, quando não é seguro que este crescimento das bolsas não seja fruto de possíveis manobras de falso crescimento feitas pelos grandes “manobradores” de capitais que sofreram pesados prejuízos com a queda anterior das bolsas.

Aquando da última queda do valor das acções cotadas, muitas empresas viram o seu valor bolsista descer muito abaixo do seu valor real. Este facto não teve um impacte directo imediato nas mesmas, mas com a recessão económica que sucedeu à crise financeira muitas delas viram-se na situação de  acumular prejuízos provocados pelo decréscimo de actividade e acabaram por fazer equivaler em baixo o seu valor real com o seu valor bolsista.

A actual tendência para o rápido crescimento do seu valor bolsista, não estando suportado pelo seu crescimento de actividade, pode criar uma “bolha” que, mais cedo ou mais tarde (como sempre), vai ter de despejar.

É neste processo de especulação que os incautos são recorrentemente apanhados. A não ser que a economia possa dar mostras de crescimento sustentado, por via da criação de valor através do aumento de produção e da acumulação de riqueza, o crescimento do valor bolsista é enganador. A confiança necessita de ser recuperada, mas não estupidamente através de enganos e falácias especulativas. Os cuidados agora são mais do que necessários.

Sem comentários:

Enviar um comentário